Hiperdados: Mercado imobiliário terminará 2023 em cenário mais favorável do que o do início do ano - Software para Incorporadora e Construtora

 

 

Apesar de ainda haver incertezas domésticas e internacionais, o mercado imobiliário brasileiro se aproxima do último mês de 2023 com condições macroeconômicas e setoriais mais favoráveis do que as do início do ano. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ficará próximo a 3% – a estimativa inicial era inferior a 1% –, o ciclo de queda da Selic está em curso, e o desemprego diminuiu.

 

Puxada pelo setor de serviços e pelo agronegócio, a economia apresentou expansão ao longo deste ano, mesmo que tenha perdido parte do fôlego na segunda metade de 2023. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego nacional ficou em 7,7%, no terceiro trimestre, abaixo dos 8% do segundo trimestre.

 

Em sua última reunião, o Conselho de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 12,25% ao ano. Segundo o Boletim Focus desta segunda-feira, a mediana das estimativas de economistas de mercado para a Selic está mantida em 11,75% para o fim de 2023.

 

Na semana passada, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, sinalizou que a autoridade monetária deverá dar continuidade aos cortes da taxa básica de juros, reforçando as expectativas positivas do mercado em relação às próximas reuniões do Copom.

 

Uma provável manutenção dos cortes tende a se refletir em diminuição nos custos de crédito imobiliário a partir de meados do ano que vem, estimulando o lançamento, a produção e a compra de imóveis.

 

Mas, por enquanto, o ambiente para a concessão de financiamento habitacional ainda é desafiador.

 

De janeiro a outubro, o crédito imobiliário com recursos da poupança caiu 16,9%, para R$ 125,7 bilhões. No mês de outubro, a queda anual foi de 24,5%, para R$ 11,1 bilhões. Os dados fazem parte de levantamento da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Ainda assim, diante das perspectivas para o mercado residencial, mais investidores, como fundos imobiliários, têm se interessado mais pelo segmento. Exemplo disso foi a parceria anunciada em setembro pela JHSF com a gestora EB Capital para criação de fundo para desenvolver projetos residenciais – construção e “retrofit” de imóveis de alto padrão na capital paulista e no interior do Estado de São Paulo.

 

Se o cenário está mais favorável para lançamentos imobiliários do que há um ano, a produção de empreendimentos ainda enfrenta desafios. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, existe risco de “apagão” de mão de obra qualificada nos próximos dois anos. De acordo com levantamento do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de São Paulo (Sintracon-SP) citado pela Folha, faltam 30 mil postos de trabalho para atender ao mercado imobiliário.

 

Levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) aponta que o Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) subiu 0,10%, em novembro, desacelerando em relação à alta anterior de 0,20%. O segmento de mão de obra teve elevação de 0,42%, superando o aumento de 0,29% em outubro.

 

No ano, o INCC-M acumula elevação de 3,05% e, em 12 meses, de 3,33%.

 

Da metade de 2020 até meados do ano passado, o maior desafio referente à construção eram os custos dos insumos. Esse processo resultou do desbalanceamento entre oferta e procura decorrente da redução dos níveis de operação e até mesmo paralisação de algumas fábricas de materiais, no início da pandemia de covid-19, sucedidas por um crescimento muito expressivo da demanda.

 

De modo geral, houve acomodação dos preços nos últimos 12 meses, mas vale ficar de olho nas variações, considerando-se que os valores de materiais de construção, no mercado doméstico, são bastante afetados pelas oscilações de commodities minerais e metálicas, além do petróleo. E conflitos como o do Oriente Médio e a guerra da Rússia na Ucrânia contribuem para a volatilidade das cotações internacionais.

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