Hiperdados: Início de cortes da Selic reforça expectativa de segundo semestre melhor para o setor imobiliário
O corte de 0,5 ponto percentual na #selic , para 13,25%, anunciada nesta quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, reitera as expectativas de que o mercado imobiliário terá um segundo semestre mais aquecido do que a primeira metade do ano.
Conforme levantamento da Hiperdados, os lançamentos encolheram 6,6%, de janeiro a julho, na cidade de São Paulo, para 45.736 unidades em relação ao mesmo período do ano passado. O Valor Geral de Vendas (VGV) caiu 8,7%, na capital paulista, para R$ 25,52 bilhões.
A Hiperdados espera que, no segundo semestre, haja expansão dos volumes lançados e vendidos, como consequência da melhora do ambiente macroeconômico, do início do ciclo de redução da Selic e da aprovação das mudanças do Plano Diretor Estratégico de São Paulo.
Para o setor, uma taxa básica de juros menor tende a se refletir, ainda que não imediatamente, na redução dos custos do crédito habitacional. A esse efeito prático, soma-se o impacto emocional da queda da #selic em quem já começou a procurar um imóvel residencial ou considerava dar início, em breve, ao processo de aquisição.
A partir de agora, cresce a percepção de que as condições de financiamento irão melhorar, o que estimula a tomada de decisão de compra da propriedade. Consumidores mais dispostos a fazer o investimento material – que costuma ser o maior da vida – estimulam incorporadoras a apresentar projetos imobiliários ao mercado.
Na primeira metade do ano, o crédito habitacional cresceu 6%, para R$ 117,8 bilhões, considerando-se empréstimos com recursos de poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (#fgts), de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Enquanto o financiamento com o funding da aplicação preferida dos brasileiros caiu 10%, para R$ 76,7 bilhões, o crédito com dinheiro do #fgts aumentou 62%, para R$ 41,1 bilhões.
No Brasil, os bancos que operam a caderneta de poupança precisam direcionar 65% das aplicações para o financiamento habitacional. Por já cumprirem essa exigência, as instituições vêm recorrendo também a recursos mais caros para oferecer empréstimos aos compradores de casas ou apartamentos.
Em junho, os recursos de poupança corresponderam a 36% do total de financiamento habitacional, abaixo dos 44% no mesmo mês do ano passado e dos 49% em junho de 2021, segundo a Abecip. Por outro lado, fontes como Letra Imobiliária Garantida (LIG) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) ganharam participação.
Atualmente, os custos de financiamento habitacional têm custo médio de TR mais 10,5% ao ano, ante TR mais 8% ao ano dois anos atrás. O crédito imobiliário está mais caro, mas não subiu na mesma proporção da Selic.
Vale lembrar que quem adquire uma casa ou um apartamento com as taxas atuais pode fazer a portabilidade para alguma linha mais barata do próprio banco ou de outra instituição quando os custos de financiamento da moradia caírem.
Além disso, a captação da poupança tende a crescer como consequência da queda da Selic, resultando em mais recursos mais baratos disponíveis para a habitação.
Outro ponto importante é que, assim como os demais setores da economia, o mercado imobiliário se beneficia de expectativas melhores em relação ao crescimento econômico, ao desempenho fiscal e à estabilidade política do Brasil.
Analistas ouvidos pelo último Boletim #Focus estimam que, neste ano, a economia brasileira terá expansão de 2,24% e que a inflação oficial ficará em 4,84%. Na semana passada, a Fitch elevou a nota de crédito soberano do país de BB- para BB, com perspectiva estável.
Que venham mais notícias boas!
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